No passado fim-de-semana, o semanário português O INDEPENDENTE publicou,discretamente, no seu suplemento VIDA, uma coluna de opinião da autoria deCatarina Jardim.
Quem é Catarina Jardim? Nada mais, nada menos do que a popular Pimpinha Jardim.
Voltemos então a Catarina Jardim e à sua coluna no jornal. O título do artigo é TODOS A BORDO, e trata-se - como o nome indica - de um relato detalhado sobre um cruzeiro a África que a jovem fez.
Ela diz, no início "O cruzeiro a África foi uma loucura, pode mesmo dizer-se que foi o cruzeiro das festas - como alguns dos convidados chamavam ao navio em que Luís Evaristo nos presenteou com MAIS UM BeOne onBoard". Gosto da maneira como ela fala, sem explicações nem perdas de tempo, de pessoas e iniciativas sobre as quais boa parte dos leitores não faz a mínima ideia quem sejam ou no que consistem. Nada contra - isto faz com que qualquer leitor se sinta cúmplice e rapidamente imerso no universo Pimpinha. Adiante.
Ficamos a saber que ela esteve em Tânger, e que a experiência foi, possivelmente a mais marcante da vida desta jovem. Passo a ler o que ela escreve:
"Tânger é bastante feia, muito suja e as pessoas têm um aspecto assustador."
Nunca fui a Tânger, mas já fui a sítios parecidos e subscrevo inteiramente as palavras de Pimpinha. Malditas pessoas pobres, que só estragam o nosso planeta com a sua sujidade e o seu ar assustador!
É preciso ser-se mesmo ruim para se escolher ser pobre, quando se pode ser tão limpo e bonito.Quando se pode ser, em suma, rico.
Eu penso que a Pimpinha acertou em cheio na raiz de todos os problemas mundiais da pobreza. Andam entidades a partir a cabeça em todo o mundo apensar nisto, andou a Princesa Diana a gastar tantas solas de sapatos caros a visitar hospitais, capaz de apanhar uma doença, quando nós temos aPimpinha com a solução. Se calhar basta lavar estas pessoas, e talvez -acompanhem-me neste raciocínio; Pimpinha vai ficar orgulhosa de mim - secalhar basta lavar estas pessoas, e em vez de gastar rios de dinheiro amandar comida para África, porque não os Médicos Sem Fronteiras passarem aandar munidos de botox. Botox! Reparem: não é fazer cirurgias plásticas a toda esta gente feia que vive nestes países, porque isso seria demais. Mas,que diabo - botox? Vão-me dizer que não é possível ir de vez em quando a estes sítios e dar botox a estas pobres almas? Como o mundo ficaria mais bonito.
Adiante. Pimpinha desabafa, dizendo, sobre as pessoas de Marrocos, "apesar de já ter viajado muito, nunca tinha visto uma cultura assim - e sendo eu loura, não me senti nada segura ou confortável na cidade". Talvez.
Mas vamos supor que trocavam Pimpinha por, vamos supor, 10 mil camelos. Era um bom negócio para o Independente. Dos 10 mil, escolhia, vamos lá, 2 para passar a escrever a coluna - o que poderia trazer melhorias significativas de qualidade - e ainda ficava com 9 mil 998. O que, tendo em conta que Portugal está a ficar um deserto, pode vir a revelar-se um investimento de futuro.
Pimpinha prossegue: "Já em segurança, animou-me a festa marroquina, comtoda a gente trajada a rigor".
Suponho que, para a Pimpinha Jardim, "uma festa marroquina com toda a gente trajada a rigor", tenha sido assim tipo uma festa de Halloween, tendo emconta que os marroquinos são - como a colunista diz umas linhas acima -gente feia como nunca se viu.
Adiante. Ela diz: "A seguir ao jantar, mais um festão que voltou a acabar de madrugada". Calma - esclareçam-me só neste aspecto, para eu não me perder. Portanto, houve uma festa, não é? E a seguir, outra festa. OK. Umapessoa corre o risco de se perder nestes cruzeiros, com toda esta variedadede coisas que acontecem.
Diz Pimpinha: "Desta vez não deu mesmo para dormir já que fomos expulsos dos camarotes às 9 da manhã, para só conseguirmos sair do navio lá para as14 horas. Tudo porque um marroquino se infiltrara no barco e passar a uma noite em grande, uma quebra inadmissível na segurança".
Ora bom. Ora bom, ora bom, ora bom, ora bom.
Portanto, aqui a questão é: viagens a Marrocos e festas com pessoas vestidas de marroquinos, tudo bem. Agora, se pudessem NÃO ESTAR LÁ os marroquinos, isso é que era jeitoso. Malditos marroquinos, sempre com amania de estarem em Marrocos. E como é que acontece esta quebra de segurança? Eu compreendo o drama de Pimpinha.
É que o facto da segurança deixar entrar um estafermo marroquino vestido de marroquino, numa festa comgente bonita vestida de marroquina, isso só vem provar que, se calhar, os amigos da Pimpinha não são assim tão mais bonitos do que essa gente feia deMarrocos. E isso é coisa para deixar uma pessoa deprimida. Temos nós a nossa visão do mundo tão certinha e de repente aparece um marroquino e uma brecha na segurança...
Enfim - nada que uma ida às compras não resolva, ao chegar a Lisboa, certo, Pimpinha?
Adiante. Diz Pimpinha: "Já cá fora esperava-nos um grupo de policias comcães, para se certificarem de que ninguém vinha carregado de mercadorias ilegais - e não sei como é que, depois de tantos avisos da organização,ainda houve quem fosse apanhado com droga na mala!"
DROGA? NUMA FESTA DO JET SET PORTUGUÊS? NÃO! COMO? NÃO.
Recuso-me aacreditar. Deve ter sido confusão, Pimpinha. Eram oregãos. Eram especiarias.
Pimpinha Jardim declara: "Mas o saldo foi bastante positivo. Aliás, devia haver mais gente a arriscar fazer eventos como estes".
Gosto desta Pimpinha interventiva. Sim senhor, diga tudo o que tem a dizer.
Faça estremecer o mundo. E com assuntos que valham a pena. Aliás, era capazde ser uma boa ideia escrever um e-mail ao Bob Geldof a tentar fazê-lo verque essa história de organizar concertos para combater a pobreza em África... Para quê? Geldof devia começar era a organizar concertos para chamar a atenção do mundo para a falta de cruzeiros com festas. Isso é que era. Mania das prioridades trocadas. Que maçada.
Mesmo no final, a colunista remata dizendo: "Devia haver mais gente a arriscar fazer eventos como estes - já estamos todos fartos dos lançamentos, "cocktails" e festas em terra".
Aprecio aqui duas coisas: a utilização do "já estamos todos", como sePimpinha voltasse a acolher o leitor no seu regaço como que dizendo: "Sim,tu és dos meus e também estás farto de lançamentos, 'cocktails' e festas emterra. Excepto se fores marroquino, leitor. Se for esse o caso, por favor,exclui-te deste 'todos' ou então vai tomar banho antes, e logo se vê".
Depois, é refrescante saber que Pimpinha está farta de lançamentos,'cocktails' e festas. Eu julgava que nos últimos dias a tinha visto em cerca de 250 revistas em lançamentos, 'cocktails' e festas, mas devia seroutra pessoa. Só pode ser. Confusões minhas.
Em suma: finalmente, há outra vez uma razão para ler O INDEPENDENTE todas as semanas. Tardou, mas não falhou. Pimpinha Jardim é a melhor aquisição que um jornal já fez em toda a História da Imprensa mundial.
Nuno Markl
É comprido mas vale bem a pena ler hihih
5 comentários:
L00000000000000L ta d+++ este texto. Esta pimpinha é uma aberração autentica... minha nossa!! Que pobreza de espirito!
"Passo a ler o que ela escreve:
"Tânger é bastante feia, muito suja e as pessoas têm um aspecto assustador."
Nunca fui a Tânger, mas já fui a sítios parecidos e subscrevo inteiramente as palavras de Pimpinha. Malditas pessoas pobres, que só estragam o nosso planeta com a sua sujidade e o seu ar assustador!
É preciso ser-se mesmo ruim para se escolher ser pobre, quando se pode ser tão limpo e bonito.Quando se pode ser, em suma, rico."
Só esta parte ta de rebolar LOOOOOOOOL o raio da miuda é mesmo demente, mas mais demente inda é kem lhe dá crédito LOL
cmo se costuma a dizer....tal mae tal filha :X gente k tem a mania d serem jets...nao passam de "corJets" e parasitas da sociedade :S cmo detesto essa gente :| e tipo ... por detras de um sorriso dessas tipas, ha smp um quoi de hipocrisia e putedo.Sejamos realistas..sim k a (Put@) madre anda com roupas imprestadas pela sacoor :\ geez:P dps é "tenho alergia a pobre!!!pobre mi deixa doente!" x(((
"Eu Tenhooo Horrôooo a pobriiiiii!"agora fizeste me lembrar o sao de baixo hihihi
Lene mais nada a acrescentar =)
A verdade nua e crua^-^
lol.o nosso Jet7 e kk coisa.ainda bem k sou do porto!cumprimentos
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