Entrevista polémica de Regina Navarro Lins, Psicóloga/Sexologa à Revista Isto É (Brasil), contestada por colegas psicólogos e apoiada por outros.
ISTOÉ – Quais são as tendências sexuais para o futuro?
Regina Navarro Lins – Quando falo de tendências, falo de mudanças que virão não para pequenos grupos, mas para se transformar em fenômeno de massa. Há 40 anos, as meninas se casavam virgens e hoje isso é uma exceção. Estamos falando de mudanças assim, que podem ser predominantes no comportamento das pessoas. Em dois anos de estudos, Flávio e eu chegamos a algumas conclusões. Primeiro, a exclusividade sexual vai acabar. A idéia de que se você ama não tem tesão por mais ninguém é falsa e equivocada. Está dentro das expectativas do amor romântico que idealiza as relações e condiciona o sexo a só ser bom se houver amor. Como a exclusividade nas relações tende a acabar, as pessoas vão aceitar com mais naturalidade que alguém tenha desejo sexual por várias pessoas. A médio prazo, será comum ter vários parceiros.
ISTOÉ – A sra. quer dizer swing?
Regina – Não exatamente. Refiro-me a vários parceiros, um de cada vez, mas no mesmo período da vida. É bem possível que se tenha um parceiro predileto para o sexo, outro para viajar, outro para a vida cultural. Vai diminuir o número de pessoas que queiram formar um casal fechado. Há uma nova formação de rede de amigos que está substituindo a família e o casamento. Pessoas solteiras ou divorciadas se unem e se amparam. Quando um está doente, os outros dão apoio. E sexo com amigo também está incluído. Na medida em que os envolvidos não tenham expectativa de relação estável e separem sexo de amor, não tem problema. Essa história de que sexo com amigo deve ser evitado para não acabar com a amizade só é válida se um dos dois quiser namorar firme enquanto o outro quer apenas sexo.
ISTOÉ – O casamento vai acabar?
Regina – Esse modelo que a gente conhece – duas pessoas sob o mesmo teto, regidas pela exclusividade e com direito a cobranças – tende a diminuir. Claro que sempre vai existir, mas vão predominar relações mais abertas. Primeiro porque o casamento fechado, desse jeito que a gente conhece, é uma tragédia. O casamento é o lugar onde menos se faz sexo. Não tenho dúvidas. O swing, a troca de casais, tudo isso está se tornando corriqueiro, mas o que desponta como mudança de comportamento forte é o sexo a três. Depois de observar essa tendência em consultório, palestras, e-mails, eu lancei a seguinte pergunta no meu site (www.camanarede.com.br): “Você gostaria de fazer sexo a três?” Mais de duas mil pessoas responderam e 80% disseram que sim. Quando 80% dizem que desejariam é porque já está em processo de mudança.
ISTOÉ – E por que as pessoas preferem três no relacionamento?Como é? Dois homens e uma mulher ou o inverso?
Regina – Acho que, na medida em que há um afrouxamento dos limites, da censura, as pessoas começam a ficar mais livres. Querem experimentar novas sensações. Ménage à trois é uma prática antiga. Esse trio sexual, hoje, é majoritariamente duas mulheres e um homem. Acho que é porque o homem ainda está carregado de valores patriarcais e não admite estar com outro homem nu numa cama. Mas isso também tende a diminuir. Passará a ser natural: sexo a três, swing, sexo grupal, parceiros múltiplos. Tudo isso porque há um outro fenômeno importante em marcha: não tenho dúvida de que caminhamos para a androginia.
ISTOÉ – Por quê?
Regina – Primeiro, vamos desfazer aquela imagem do homem pálido que ninguém sabia se era homem ou mulher. Não é isso a que me refiro. É uma pessoa ser mais inteira, ter dentro dela a harmonia entre masculino e feminino sem precisar mutilar ou esconder aspectos de sua personalidade. A marca da androginia é a capacidade de dissolver a divisão entre o que seria ser homem ou ser mulher. As pessoas são o que são. E vamos gostar delas pelas suas características de personalidade, seu jeito de ser, e não por ser deste ou aquele gênero. Nesse sentido, as pessoas vão se abrir para a experimentação sexual também com pessoas do mesmo sexo. A pílula anticoncepcional foi o golpe fatal no sistema patriarcal e tudo começou a se transformar. O homem deixou de controlar a sexualidade e a fecundidade da mulher. Ela passou a ter filho quando quer, se quiser, com quem quiser. Sua sexualidade também se aliou ao prazer. A fronteira entre masculino e feminino começa a se dissolver em outros campos também. Não tem mais nada que interessa somente ao homem ou só à mulher. E isso é fundamental numa sociedade de parceria.
1 comentário:
Eu disse k o swing era o futuro a malta na se ker acreditar...loltem la havido uns afters +- LOL
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