sábado, junho 26, 2004

Portuguesa Estuda Saliva para Detectar Droga em Condutores.

Investigação de perita do Instituto Nacional de Medicina Legal pode ajudar a suprir a falta de um instrumento portátil de rastreio de substâncias ilícitas. Por Sofia Rodrigues

Uma especialista portuguesa em toxicologia forense tem um projecto científico de investigação sobre a detecção de drogas de abuso, através da saliva, em condutores. Este método também está a ser estudado a nível europeu, através de um projecto que tem o objectivo de colocar nas estradas um meio de rastreio portátil e acessível como é o teste do balão para o álcool.

Helena Freitas, toxicologista forense do Instituto Nacional de Medicina Legal (INML), está a realizar um doutoramento sobre a possibilidade de a saliva servir como um meio de teste móvel e fiável para detectar a presença de drogas de abuso no corpo humano. O trabalho passa por testar vários protótipos (pequenos aparelhos descartáveis) com amostras de saliva e comparar os resultados com amostras reais de sangue e de urina.

A investigação segue a linha do projecto europeu Rosita, que pretende encontrar um método fiável e acessível de detecção de drogas nos condutores. À semelhança dos restantes países europeus, o rastreio de substâncias estupefacientes e psicotrópicas é feito através de análises de sangue e urina no hospital.

Estes exames só se realizam em caso de acidentes com feridos graves ou mortos ou quando os agentes da polícia suspeitam que o condutor está sob o efeito de drogas, o que resulta num reduzido número de casos por ano (ver texto nestas páginas).

"Fazem-se poucos pedidos sobre drogas de abuso por causa da dinâmica da lei", afirmou ao PÚBLICO Helena Teixeira. "O agente da polícia também não está preparado para olhar para um indivíduo e ver se está sob o efeito de drogas. A avaliação não é fácil", refere a investigadora.

O INML confirma os resultados dos exames feitos pelos hospitais e quantifica os casos com os diversos tipos de drogas. Mas, segundo Helena Teixeira, "há muitas unidades de saúde que não têm meios para realizar as análises ou são incapazes de as fazer, dado o elevado volume de trabalho".

Cada vez mais drogas e medicamentos ao volante
A diversidade da legislação e das abordagens nos vários países europeus, bem como os tempos necessários à investigação científica, tornam muito difícil avançar com uma previsão sobre uma data em que seja possível às autoridades detectarem de uma forma imediata e rápida o consumo de substâncias ilícitas.

O projecto Rosita, em que participam seis países europeus e os Estados Unidos, encontra-se agora numa segunda fase, em que decorre a parte experimental de recolha de amostras e de saídas para a estrada com a polícia.

A inexistência de um método para o rastreio de drogas nos condutores tão acessível como há para o álcool constitui um problema de segurança rodoviária, já que são conhecidos os efeitos de substâncias ilícitas e de medicamentos na condução.

"Devíamos estudar o consumo de drogas e a condução", defende Helena Freitas, perante a inexistência de estatísticas nacionais sobre aquela relação. Um estudo levado a cabo pelo grupo Pompidou (órgão intergovernamental do Conselho da Europa que se ocupa da luta contra o abuso e o tráfico ilícito de drogas) sobre circulação rodoviária e drogas mostra que os canabinóides (haxixe) são os que aparecem mais ligados à condução.

Um grupo de peritos da Comissão Europeia sobre drogas, medicamentos e condução recomendou, em Fevereiro de 2002, a adopção harmonizada de um teste para detectar drogas ilícitas em todos os condutores envolvidos em acidentes fatais, no sentido de conhecer a prevalência das substâncias nos acidentes rodoviários, criar uma base legislativa e controlar a eficiência de medidas de prevenção.

"Se nenhuma medida for tomada urgentemente, a prevalência das drogas nos acidentes de viação vai tornar-se tão importante ou mais do que o álcool", concluíram, na altura, os peritos, que consideraram os números sobre a relação drogas/condução recolhidos nos Estados-membros ainda muito fragmentados e estatisticamente não comparáveis. O grupo constatou que as actuais tendências sociais estão a contribuir para um aumento no número de pessoas que guiam sob o efeito de drogas e medicamentos - mesmo os consumidos legalmente como, por exemplo, consequência do envelhecimento da população ou tomados ilegalmente.

Ora aki está uma boa medida sim senhor..=)

2 comentários:

Sr. Humberto disse...

E essa especialista é boa? Ou a Rosita? Se forem, eu tb quero q me testem a saliva é q eu sou droga mm!! :D

Pistaxa disse...

Pois pois olha pa vcs tao kaladinhus...este nem komentam né?Ao menos admitam ké uma boa medida =)