domingo, junho 19, 2005

Na Livraria mais próxima


"Ele agarrou-lhe na mão, e ela agarrou-lhe na mão, e ficaram de mãos agarradas, primeiro a olharem para as mãos, depois levantando lentamente os olhos, que por fim se encontraram, perdendo-se uns nos outros, sem já saber quem via ou era visto, os olhos ao mesmo tempo a verem e a serem vistos, nus, sem qualquer pudor, como se tudo fosse possível uma vez mais, uma última vez, sem esquecer que o que lhes estava a acontecer é impossível, quanto mais esquecer."

"Mudámos, ainda no mesmo prédio, para um apartamento onde cada um tinha o seu quarto. Frequentávamos bons restaurantes onde o silêncio se fazia ouvir agudamente, íamos ao cinema para acabar discutindo: Tudo o que acontecia em vez de nos unir afastava-nos. É para mim uma inconsolável tristeza perder alguém com quem vivemos, ver desaparecer a testemunha de todo o tempo que enfrentámos juntos e vencemos. Chegou o dia em que ela, sentada no sofá novo da sala, me pediu delicadamente para a fazer a minha mala e sair do seu apartamento, não sabendo eu até então que tinha uma
mala e que era o seu apartamento."


"O amor que transportamos vai-se gastando por onde passamos. Não nasce do vento. O que levamos deste amor para aquele é muito pouco, não chega para nada. É preciso ter a vontade e a energia e a concentração para começar tudo outra vez. Não somos donos de nada. O que mais importa é o que só passa e nem se deixa tocar com os dedos". Reflexões mais ou menos soltas sobre o amor, os amores e desamores da vida. Fala de um amor sofrido, como o são todos os amores, de corações despedaçados, de vidas cruzadas.Uma obra que nos leva a pensar um pouco mais sobre as coisas do coração que por vezes nos passam ao lado. Reflexões que nos arrastam para aquelas coisas que habitualmente nos parecem insignificantes."

Este Pedro Paixão pronto...GOSTO!E aqui fica mais um dele =))
O próximo será o Cala a minha boca com a tua =)

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