sexta-feira, março 11, 2005

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Derrama tua dor de amor em minhas pálpebras e meus olhos chorarão eternamente tuas lágrimas de orvalho, essas que escorrem por entre teus poros invadindo meu ventre saudoso de ti, sempre angustiado a tua espera úmida e grandiosa, da lascívia de tua língua incrustada em meus lábios e tuas mãos por meus caminhos, essas desbravadoras de emoções e gritos sufocando meus sentidos emaranhados em meus cabelos e que tu insistes em dizer que são teias que te aprisionam aqui ao meu lado, e nessa prisão vermelha te faço meu, bem como tudo o que vem de ti, pulsando no ritmo descontrolado desse coração louco, aqui ó, não vês, está fora de prumo, fora de compasso, mas é por ti, por tua causa que ele fica assim, querendo sair gritando para o mundo, sofrendo no peito ofegando por ar, suplicante por um beijo teu. E é assim que te amo e juro ser eterno, mas não este infinito breve do Vinicius*, não este.

* Vinicius de Moraes em "Soneto de fidelidade":
"Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure"

1 comentário:

Pistaxa disse...

Este vinicious era mesmo....um Senhor caragú =)