terça-feira, outubro 11, 2005
Ás 11...
Ontem
às onze
fumaste
um cigarro
encontrei-te
sentado
ficámos para perder
todos os teus eléctricos
os meus
estavam perdidos
por natureza própria
Andámos dez quilómetros
a pé
ninguém nos viu passar
excepto claro
os porteiros
é da natureza das coisas
ser-se visto
pelos porteiros
Olha
como só tu sabes olhar
a rua os costumes
O Públicoo vinco das tuas calças
está cheio de frio
e há quatro mil pessoas interessadas
nisso
não faz mal abracem-me
os teus olhos
de extremo a extremo azuis
vai ser assim durante muito tempo
decorrerão muitos séculos antes de nós
mas não te importes
muito
nós só temos a ver
com o presente
perfeito
corsários de olhos de gato intransponível
maravilhados maravilhosos únicos
nem pretérito nem futuro temo estranho verbo nosso
Mário Cesariny de Vasconcelos
Estas fotos matam.me hihihi
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