
Nestes textos de viagem, Cadilhe ocupa-se dos seus temas habituais: aventuras e contratempos, encontros e reencontros, subdesenvolvimento e choque cultural, pasmo e beleza, solidariedade e fé num mundo melhor.
Pela Patagónia abaixo, pela Indonésia acima, pelas ilhas do Pacífico e do Índico, pelos mares da Tasmânia ou das Caraíbas, pelas cidades dos Andes, da Europa e de África, o olhar maravilhado do viajante percorre a Terra com uma certeza: a Lua pode esperar.
"Só te falta ir à Lua", dizem-lhe. "À Lua para quê?", responde. "Tudo o que me interessa está aqui, na terra."
Excerto:
«O essencial não mudou: regressa a Tânger quem não tem pressa. Só com o tempo se apagam a angústia e o frenesim das vidas que se deixam em casa. Tempo para os pequenos particulares, para a troca subtil de olhares, para distinguir o aroma das especiarias no vento do estreito, tempo para perceber o azul de Matisse na luminosidade do fim de África. São unguentos para os males da alma tão eficazes como tantos outros à venda na Medina. O essencial não mudou: em Tânger encontras.»
Sem comentários:
Enviar um comentário