SEMPRE te sentavas no mesmo canto da sala. Fumavas vampiricamente. Fumavas SEMPRE nas (mesmas) horas, as do depois do sol. Tinhas SEMPRE horas incertas em que ouvias este (mesmo) tema. Provocavas e criavas SEMPRE palavras novas para o meu corpo...palavras que fundaram a nossa sala.
Fumavas. Fumavas SEMPRE em esculturas de mordidas de pescoço...Fumavas-me...
Fumavas SEMPRE...Fumavas SEMPRE, com a musica alta.
Eu, SEMPRE ficava.
SEMPRE com a condição breve e sagrada das borboletas.
Desatava-te SEMPRE...SEMPRE, que pisava o fumo com os saltos (altos), que a noite pedia para calçar...SEMPRE te dançava...SEMPRE invadia a sala toda...SEMPRE fumavas...SEMPRE disparavas nos instantes em que as unhas afiadas criavam obras impressionistas com as tuas costas como tela... SEMPRE pintava...SEMPRE dançava...SEMPRE...SEMPRE te assinava com a lingua... SEMPRE esqueçiamos o fumo...
Adorei este texto..divinal mesmo...
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